Resultados da pesquisa
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- 35 - Tillandsia stricta
Quem nunca se deparou com essa pequena e charmosa bromélia em basicamente qualquer cantinho? A Tillandsiastricta é uma espécie de ampla distribuição, e no Brasil, ocorre do estado da Bahia ao Rio Grande do Sul. Ela tem hábitos epifíticos e está presente em regiões de mata, ocorrendo também em campos rupestres e na caatinga. Floresce durante todo o ano e seu pico de floração é em agosto. A Tillandsiastricta é considerada uma das mais características e conhecidas espécies dentro do gênero Tillandsia L., que conta com cerca de 600 espécies, sendo o maior gênero da subfamília Tillandsioideae. Suas flores com pétalas purpúreas a róseas dão um forte contraste ao colorido das brácteas florais vistosas. As brácteas são folhas vistosas e atrativas que possuem como principal função atrair polinizadores, mas que muitas vezes são confundidas com pétalas. Como grande parte das espécies de Tillandsia, elas têm grande valor ornamental, sendo constantemente extraídas de seu ambiente natural, colocando-as em risco de extinção, apesar de sua ampla distribuição geográfica. A família Bromeliaceae, da qual faz parte a subfamília Tillandsioideae está entre as poucas famílias em que a polinização por vertebrados predomina sobre a polinização por insetos. Estudos realizados na Mata Atlântica do Sudeste brasileiro têm constatado que as bromeliáceas formam o maior grupo de plantas ornitófilas e apresentam características florais específicas à polinização por beija-flores. A disponibilidade de flores ornitófilas ao longo do ano possibilita a permanência de beija-flores polinizadores na área. Isso propicia uma maximização do sucesso reprodutivo das espécies de plantas envolvidas, pois caso haja deslocamentos populacionais destas aves, devido a uma pausa na oferta de recursos, as primeiras espécies de plantas ornitófilas que florirem não encontrarão disponíveis seus agentes polinizadores. Dessa forma, as bromeliáceas devem ser consideradas fundamentais para a manutenção local da fauna de beija-flores residentes na Mata Atlântica, beneficiando não somente estas aves como também as próprias bromeliáceas ornitófilas e outras espécies da comunidade que utilizam estas aves como seus vetores de pólen. Data: 17/09/20
- 36 - Conheça o projeto de reintrodução da Anta (Tapirus terrestris) na REGUA
A reintrodução de antas (Tapirus terrestris) na Reserva Ecológica de Guapiaçu (REGUA), uma espécie localmente extinta no Estado do Rio de Janeiro há muitos anos, teve início em 2017 com a chegada de três animais. Essa reintrodução faz parte do plantel de projetos promovidos e levados a cabo pelo REFAUNA e neste caso está sendo coordenado também pelo Laboratório de Ecologia e Manejo de Animais Silvestres do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (LEMAS-IFRJ). Junto com a reintrodução desses animais, estão sendo conduzidas pesquisas acerca de sua capacidade de dispersão de sementes, ecologia espacial e outras interações ecológicas. Atualmente temos oito antas vivendo nas florestas da REGUA, sendo que uma nasceu em vida livre. Os animais estão adaptados e os moradores do entorno da REGUA apoiam a reintrodução. Planejamos transportar mais antas para a REGUA em breve, com o objetivo de estabelecer uma população viável, que com o tempo disperse para o Parque Estadual dos Três Picos e outras áreas florestadas adjacentes, colonizando a região mais densamente florestadas do estado, o Mosaico da Mata Atlântica Central Fluminense. Data: 31/08/20
- 37 - Eueides isabella dianassa
Esta é Eueides isabella dianassa, da família Nymphalidae, subfamília Heliconiinae. Esta espé cie voa durante o ano todo, talvez duas gerações, mas é vista com mais facilidade nos meses secos do inverno. Vive cerca de 2 a 3 meses e tende a permanecer perto da planta hospedeira das larvas (maracujás/ passifloras) que se alimentam das folhas. A fêmea é ligeiramente maior do que o macho e coloca ovos isolados na parte inferior das folhas. As larvas, neste caso as lagartas, alimentam-se das folhas raspando a mesma face inferior enquanto são pequenas, depois as comem pelas bordas. Quando chega na quinta idade (troca de ‘pele’ 4 vezes para continuar crescendo depois que esta estica) ao invés de trocar a pele, abandona a planta e procura um local abrigado (uma parede, um parapeito de janela, uma madeira seca, tronco de árvore) onde forma a pupa ou crisálida, ficando assim umas de 4 a 6 semanas até emergir a borboleta adulta. Em uma tarde ensolarada de inverno foi registrado o momento de cópula entre indivíduos desta espécie. Os machos voam no que faz lembrar o desenho de um “8” ao redor do sexo feminino liberando feromônios. A fêmea, receptiva, estava com seu abdômen imóvel esperando o macho curvar as suas asas em torno de seu abdômen, e assim fazer contato e copular. Foi interessante observar que em torno da fêmea voavam 3 machos, e neste caso, a fêmea copula com apenas um. Data: 19/08/20
- 38 - Uma atualização sobre a restauração florestal na REGUA (Agosto de 2020).
As atividades de restauração ecológica seguem com todos os cuidados e medidas preventivas de saúde aos trabalhadores durante este período de quarentena. Até o momento já reflorestamos 18 hectares na área da REGUA, com o plantio de aproximadamente 30.000 mudas de 113 espécies diferentes. A manutenção das áreas do projeto plantadas nos anos de 2017 e 2019 também estão sendo realizadas. Além disso, estamos nos preparando para plantar mais 14 hectares em áreas de parceiros das comunidades do entorno da REGUA. Assim, nossos parceiros produtores rurais, terão a oportunidade de recuperar as suas Áreas de Preservação Permanente (APP), principalmente as produtoras de água como nascentes e as matas ciliares (beiras de rios). Para isso, um banco de áreas para restauração está sendo criado, com a parceria entre os proprietários de novas áreas e a REGUA. Data: 04/08/20
- 39 - As Orquídeas da REGUA
O projeto “Levantamento e Distribuição das Orquídeas da Reserva Ecológica de Guapiaçú” foi desenvolvido pela OrquidaRio Orquidófilos Associados, entre novembro de 2006 e setembro de 2007. Ao longo das trilhas registramos e mapeamos 107 espécies de orquídeas, distribuídas em 51 gêneros. Destas, 44 espécies são ocorrências novas para o Munic. de Cachoeiras de Macacu. Muitas das espécies que ocorrem na REGUA podem ser encontradas em outras áreas preservadas da Serra dos Órgãos, sendo que algumas delas tem uma distribuição mais ampla. Os objetivos desta pesquisa foram: conhecer e mapear as orquídeas que ocorrem na REGUA; fornecer informações para que as orquídeas possam ser usadas como material adicional para o programa local de educação ambiental; divulgar a flora de orquídeas da área para que sejam incluídas e apreciadas como parte das atrações ecoturísticas da REGUA. Posteriormente a lista de orquídeas que ocorrem na REGUA cresceu muito, com a adição de várias micro-orquídeas identificadas por Helmut Seehawer, grande conhecedor da nossa flora. Algumas das espécies encontradas durante o trabalho foram reproduzidas no laboratório do Orquidário Quinta do Lago, em Itaipava e, após alguns anos, algumas foram reintroduzidas na reserva por sócios da OrquidaRio. Agora, com a construção da estufa, muitas das espécies que ocorrem nas matas da REGUA farão parte desta coleção que pretende mostrar aos visitantes os encantos e variedades da grande família Orchidaceae. Maria do Rosário de Almeida Braga. OrquidaRio Orquidófilos Associados. Data: 27/07/20
- 41 - Trovoada-de-Bertoni
Aguas Compridas é uma área da Reserva que foi reflorestada em 2012 com um financiamento do World Land Trust. Na semana passada, nosso guia de aves Adilei, escutou o canto da Trovoada-de-Bertoni Drymophila rubricollis nessa área. Esta ave é um endemismo da Mata Atlântica, sendo normalmente encontrada em elevações mais altas, entre 900 – 2000 metros acima do nível do mar. Como este pedaço de terra está a cerca de 95 metros acima do nível do mar, Adilei ficou surpreso ao ouvir a espécie lá. Por volta das 8h, Adilei saiu de sua casa como de costume com seu par de binóculos confiáveis. Ele ouviu o chamado e acabou encontrando o pássaro neste pequeno pedaço de matagal secundário. Ele estava cantando de forma vibrante mas, infelizmente sem obter nenhuma resposta. Apenas este solitário pássaro macho foi avistado. Estaria simplesmente perdido, ou talvez chamando uma fêmea? Talvez tenha sido forçado a descer, pois está extraordinariamente frio no momento, mesmo para esta nossa temporada de inverno. Será interessante ver se é escutado novamente. Infelizmente Adilei não tinha sua câmera com ele nesta ocasião, então aqui está uma foto de um outro indivíduo distinto que eu tirei recentemente, para destacar o quão deslumbrante este pássaro é. Data: 21/06/20
- 42 - Duas novas aranhas papa-moscas descritas da REGUA
Como parte de sua pesquisa em andamento relativa ao inventario das aranhas e outros aracnídeos da REGUA, o Dr. Renner Baptista e seus alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) acabam de descrever duas novas aranhas saltadoras (Salticidae), popularmente conhecidas como ‘papa-moscas’, da reserva: Arnoliseus hastatus e Arnoliseus falcatus. Ambas as espécies pertencem ao gênero Arnoliseus, englobando especies de aranhas-saltadoras brasileiras descritas apenas em 2002. Até ao momento, essas duas novas espécies são conhecidas somente na REGUA. Essas adições elevam o número total de aranhas registradas na REGUA para umas surpreendentes 425 espécies, e Renner enfatiza que a riqueza de espécies na REGUA ainda está subindo rapidamente! Um ‘check-list’ (ou listagem) das espécies da REGUA será disponibilizada em nosso site brevemente. Para ler o artigo que descreve as novas espécies, clique aqui. Data: 29/05/20
- 43 - Projeto socioambiental da Petrobras em Guapiaçu III (2020-2022)
A REGUA tem o prazer de anunciar que a Petrobras Socioambiental renovou o financiamento do GGV ou o agora renomeado ‘Projeto Guapiaçu III’. O projeto continua com seus objetivos em restauração e educação. Além de fortalecer o ecossistema da Mata Atlântica na REGUA através do plantio de árvores e continuar apoiando a educação, um novo elemento será o apoio oficial ao programa de reintrodução da Anta em curso na reserva. Restauração florestal: Um misto de plantio de árvores e regeneração natural em 100 hectares ocorrerá na bacia hidrográfica de Guapiaçu, bem como o monitoramento de 260 hectares financiados pela Petrobras com o objetivo de medir o seqüestro de carbono. As árvores nativas são plantadas usando uma mescla de espécies pioneiras, secundárias e clímax. Além disso, este projeto identificará e selecionará mais 190 hectares dentro da bacia hidrográfica como parte de um banco de dados de restauração. Educação ambiental: as escolas primárias e secundárias continuarão a visitar a REGUA na “trilha Grande Vida”, que vai desde o início da trilha amarela até a ponte de madeira. Os primeiros 400 metros da trilha foram adaptados para receber visitantes portadores de deficiência física. Cartazes autoexplicativos ao longo da trilha descrevem alguns processos florestais e alguns dos trabalhos de conservação realizados no REGUA. A equipe do projeto visitará jardins de infância nos municípios de Cachoeiras de Macacu e Itaboraí. O GGV continuará com o programa de monitoramento da qualidade da água, envolvendo 80 alunos do ensino médio treinados pela equipe para monitorar a qualidade da água dos rios Guapiaçu, Macacu e Caceribu em determinados locais de amostragem ao longo de cada rio (áreas urbanas a montante e a jusante) para fornecer dados sobre as características físicas dos rios e características químicas. A equipe também estudará indicadores biológicos da qualidade da água. Programa de apoio à reintrodução da anta: Guapiaçú III O projeto socioambiental da Petrobras patrocinará o transporte e o equipamento de telemetria bem como o programa de promoção e extensão comunitária na área. Outras seis antas serão liberadas na REGUA a partir de junho de 2020. Data: 28/05/20
- 44 - 80 espécies da família dos Esfingídeos já foram catalogadas na REGUA
Já foram registradas 110 espécies de mariposas na Serra dos Órgãos e apenas mais 4 no estado do Rio de Janeiro. A visita recente feita por Alan Martin em março de 2020, contribuiu para o registro do octogésimo Esfingídeo na área da REGUA. Trata-se da espécie Aellopos ceculus, com hábitos diurnos, parecida com a espécie europeia Macroglossum stellatarum. Ela foi encontrada colocando ovos a alguns metros da pousada. Outras 14 espécies foram encontradas e fotografadas em áreas de altitude perto da REGUA, e por este motivo, é muito importante que novas expedições a essas áreas mais elevadas sejam feitas, a fim de que mais espécies sejam adicionadas à lista de mariposas da REGUA. Data: 23/04/20
- 45 - O Novo livro da REGUA: Guia de observação das Borboletas da Serra dos Órgãos
Em 2015, Alan Martin e Jorge Bizarro começaram a trabalhar em um guia de observação de borboletas para dar continuidade às demais publicações específicas da área da REGUA (mariposas, libélulas e pássaros). O que começou como um projeto de três anos acabou levando cinco anos, em parte porque o número de espécies registradas na área é maior do que foi previsto e também porque foi muito difícil obter fotos de algumas espécies mais raras. O livro está prestes a ser impresso e abrange 803 espécies (exceto a subfamília Hesperiinae, em inglês conhecidas como “Grass skippers”) com descrições, comparações com espécies semelhantes, distribuição global e informações sobre ecologia, comportamento e plantas hospedeiras. Todas, exceto três das espécies, são ilustradas com mais de 1.300 fotos de espécimes vivos. As demais foram fotografadas a partir de exemplares de museus e de coleções particulares. Há também textos introdutórios para cada família, subfamília e tribo. O livro será distribuído pela NHBS, porém no Reino Unido é aconselhável encomendar o livro ao Alan Martin a um preço reduzido de £30,00 mais £5,00 da postagem. Todos os lucros da venda do livro serão revertidos para a REGUA. Data: 21/04/20
- 46 - Ecdise
A caninana Spilotes pullatus, uma espécie semi-arborícola, que se alimenta de pequenos roedores, anfíbios, lagartos e até outras serpentes é facilmente encontrada em florestas, em áreas mais abertas como pastos e trilhas, e inclusive, pode se aproximar de habitações humanas em busca de alimento. Apesar de ser uma espécie de grande porte, podendo alcançar até 3 metros, é muito ágil e não peçonhenta, com coloração amarela e preta. Recentemente, foi encontrada a pele deixada após a muda, também chamada de ecdise, de uma caninana, que em indivíduos adultos, ocorre em média, uma vez por ano. Esse processo é realizado quando a camada mais superficial da pele, que é formada por queratina, é trocada por uma nova. Essa troca pode ocorrer durante seu crescimento ou quando a camada mais externa é danificada. A ecdise dura em torno de 5 a 7 dias e durante esse período a serpente fica mais vulnerável aos predadores pois sua visão fica prejudicada devido ao acúmulo de fluidos entre a pele nova e antiga. Data: 20/04/20
- 47 - Panelas
Um dos pesquisadores que está atualmente conduzindo seu trabalho de campo na REGUA, Rodrigo Fonseca, vem estudando a percepção e colonização dos habitats reprodutivos (poças, alagados, riachos, etc) pelos anfíbios anuros e quais elementos da paisagem (árvores e arbustos) favorecem essa dinâmica. Seu trabalho inclui saídas de campo noturnas, onde realiza amostragem de poças e uma técnica de marcação e recaptura de indivíduos. Ele é aluno de mestrado do Programa de Pós-graduação em Ecologia da UFRJ. Durante suas atividades, comumente encontra o sapo-martelo Boana faber, espécie que tem como característica formar pequenos ninhos chamados de “panelas” onde os machos vocalizam para atrair as fêmeas, que por sua vez, avaliam as condições das panelas e assim, decidem se irão utilizar aquele ninho. Se a fêmea escolher o ninho, o macho realiza o abraço nupcial, também chamado de amplexo, onde juntos liberam os gametas na água que gerarão em torno de 3.000 ovos dentro do ninho. Data: 15/04/20