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115 itens encontrados para ""

  • O Tapiti (Sylvilagatus brasilienses)

    Encontrado em todos os biomas brasileiros, com exceção de uma parte da Amazônia, este simpático mamífero tem hábitos noturnos e solitários, pois como é alimento para diversas espécies, como onças-pardas, jaguatiricas, algumas serpentes, entre outros animais, possui o hábito de viver em silêncio e com muita discrição. São animais herbívoros e sua dieta consiste na alimentação de frutos, brotos e talos de vegetais. Estes coelhos fazem o ninho com folhas ou capim seco, forrando o interior com seus próprios pelos para criar seus filhotes e costumam dar à luz entre um e seis filhotes. Alguém já pensou que o coelho é um roedor? Pensamos que essa pode ser uma confusão normal, porém para a ciência, o que mais difere os coelhos dos roedores é a dentição: eles possuem quatro dentes incisivos (dois superiores e dois inferiores), já os roedores têm apenas dois. Além dos coelhos possuírem lindas orelhas compridas! Data: 07/07/2021

  • Pai das florestas plantadas

    Maurício Nogueira é o chefe do viveiro na Reserva Ecológica de Guapiaçu há 15 anos. Quase meio milhão de mudas nativas da Mata Atlântica plantadas em áreas da REGUA passaram pelas mãos de Maurício. Diante deste fato, temos o orgulho de chamá-lo de ‘o pai das florestas plantadas’. A Mata Atlântica é considerada um hotspot por conter uma rica biodiversidade, inclusive maior que a da Floresta Amazônica, além de um alto grau de endemismo. É também a segunda maior floresta tropical da América do Sul, já que se estende ao longo da costa desde o Rio Grande do Norte até o nordeste da Argentina. Esta floresta também está ameaçada, já que sofreu anos de perda de habitat deixando-a com um tamanho bastante reduzido. Estimativas nos informam que variam de menos de 16% a 7%, dos quais muitos são fragmentos florestais. A alta bacia do rio Guapiaçu, onde a REGUA está inserida, está coberta por extensiva floresta em topos de morros íngremes, assim como pequenos fragmentos de florestas em sua baixada. Logo, um dos nossos objetivos é reflorestar o máximo que pudermos, e quando possível, reconectar fragmentos florestais ao principal bloco de floresta. O programa de reflorestamento começou em 2001, com os primeiros plantios feitos em 2004. Desde então, a REGUA já reflorestou em torno de 340 hectares e plantou aproximadamente 550 mil mudas, das quais 300 mil começaram a ser plantadas a partir de 2012 em parceria com o Projeto Guapiaçu, programa financiado pela Petrobrás Socioambiental. O viveiro foi construído em 2005 e gradativamente foi crescendo até poder acomodar 20 mil mudas por ano. Em 2012, após um rearranjo e mudança de espaço físico do viveiro, a produção anual de mudas também aumentou. O número de mudas produzidas no viveiro a partir da parceria com o Projeto Guapiaçu tem chegado a 100 mil por ano. Maurício da Canceição Nogueira, criado no vilarejo de Guapiaçu, sonhava em ser motorista de caminhão para poder percorrer e conhecer o Brasil por inteiro. Porém em 2001, ele se tornou um dos primeiros funcionários da REGUA e aceitou o trabalho como guarda-florestal. Após 3 anos de trabalho nas matas, abrindo trilhas e avistando espécies ameaçadas e endêmicas como o Muriqui-do-Sudeste (Brachyteles arachnoides), juntamente com o seu colega de trabalho Rildo da Rosa Oliveira, ele passou a ser o jardineiro encarregado da manutenção dos jardins da Pousada e das áreas próximas ao centro de visitantes da REGUA. Paralelamente a este trabalho, Maurício começou a coletar sementes e a produzir mudas para o programa de reflorestamento. À medida que mais áreas iam sendo disponibilizadas para o reflorestamento, suas funções e responsabilidade no viveiro aumentaram. Com vontade de crescer em sua profissão e se tornar um especialista em reflorestamento, Maurício buscou treinamento profissional. Ele atendeu cursos que abordavam temas como coleta de sementes, germinação, produção e qualidade de mudas, espécies importantes para o reflorestamento, além de aprender nomes científicos de espécies. Com a afinidade e o sucesso em produzir mudas e seus cursos completados, Maurício se tornou o chefe do viveiro em 2005, que atualmente tem a capacidade de produzir até 100 mil mudas por ano. Cerca de 180 espécies de espécies nativas da Mata Atlântica são produzidas no viveiro. A maioria das espécies são pioneiras, caracterizadas pelo rápido crescimento, intolerantes à sombra e primeiras colonizadoras como o Araribá-rosa (Centrolobium tomentosum) e o Pau-jacaré (Piptadenia gonoacantha). Outras espécies secundárias, como o Cedro (Cedrela fissilis), também são produzidas, assim como espécies climácicas, características de florestas mais maduras, como o gigante Jequitibá-rosa (Cariniana legalis), a árvore mais alta da Mata Atlântica. Plantar uma variedade de espécies de diferentes estágios de crescimento aumenta a variedade em um reflorestamento e ajuda na sucessão natural. Apesar das espécies pioneiras apresentarem um rápido crescimento, que vai de 1,5 a 2 metros de altura por ano, as mudas de espécies de crescimento mais lento têm vida mais longa e facilmente superam as pioneiras no sub-bosque sombreado, dominando a floresta recém-formada à medida que o dossel se torna mais denso. A maior parte das mudas são produzidas a partir de sementes coletadas na floresta pelos guardas-florestais e pelo Maurício, que mantém registros das matrizes, árvores que são capazes de produzir sementes de boa qualidade, e suas coordenadas geográficas. Algumas sementes são coletadas no chão, porém outras devem ser coletadas da própria árvore, e para isso, Maurício usa a técnica de rapel. As sementes coletadas nos topos das árvores são dispersadas pelo vento, por isso Maurício fez o curso de rapel, no Parque Estadual dos Três Picos, para aprimorar a técnica de coleta de sementes. Uma vez germinadas, as plântulas são transportadas para sacos de plástico ou tubetes para se desenvolverem e virarem mudas que serão levadas para as áreas de reflorestamento. Maurício rega as mudas duas vezes por dia e a limpeza de ervas daninhas é uma tarefa sem fim, especialmente no verão. Algumas espécies, como a Braúna (Melanoxylom brauna), que são importantes devido à qualidade de sua madeira, são mais sensíveis e exigem um maior cuidado durante seu desenvolvimento. Ver o crescimento dessas espécies traz orgulho para o Mauricio, e ver espécies mais exigentes como a Braúna crescerem, traz uma sensação de dever cumprido. Plantar as mudas requer trabalho em equipe. Todo ano durante o período chuvoso, as mudas são transportadas na caminhonete do viveiro até a área de plantio, e muitas vezes, mulas são usadas para levar as mudas até os topos dos morros. É um trabalho que exige resistência física, geralmente no período mais quente do ano, porém aproveitando essa estação chuvosa para que as mudas cresçam rapidamente. A manutenção é essencial pois as principais ameaças vão de formigas, que se alimentam das folhas e podem atrapalhar o crescimento das árvores em formação, controle de ervas daninhas e irrigação em tempos de seca. Contudo, graças à qualidade das mudas e manutenção pós plantio, a REGUA alcançou uma taxa de sobrevivência de mudas de 95%. Essencial ao crescimento profissional do Maurício está a Engenheira Florestal e Mestre Aline Damasceno, que atualmente faz parte da equipe do Projeto Guapiaçu. Ela pode ser considerada a sua mentora pois transmitiu a ele seu conhecimento, experiência e paixão pelo seu trabalho com as árvores. Graças a ela, também, a infraestrutura do viveiro pôde ser melhorada, além dela ter sido instrumental na obtenção de recursos para outros programas de reflorestamento. A fim de incentivar o trabalho de reflorestamento conduzido na REGUA, Aline e Maurício também deram cursos de coleta e produção de mudas para os guardas-florestais da REGUA e guarda-parques do Parque Estadual dos Três Picos. Maurício tem muito orgulho do trabalho que vem desempenhando na REGUA e fica muito satisfeito com o seu reconhecimento como chefe do viveiro. Com futuras áreas a serem adquiridas pela REGUA, que o Maurício possa seguir com sua belíssima e valiosa contribuição. Data: 22/06/20

  • Uma Suindara fazendo ninho próximo à sede da REGUA

    Desconfiados de que toda noite estávamos recebendo a visita de algum predador noturno, finalmente descobrimos o ninho de uma misteriosa coruja! Conseguimos avistar no alto de um Pau d’alho, próxima à sede da REGUA, uma Suindara (Tyto furcata), também conhecida como Coruja-de-Igreja, que está nidificando em um oco desta mesma árvore. Esta espécie ocorre em todas as Américas, exceto nas regiões densamente florestadas da região amazônica. Tem preferência por habitar áreas abertas e semiabertas e é mais ativa no crepúsculo e à noite, podendo ser vista voando baixo ou em postes e cercas ao longo da estrada. Já de dia, dorme ou nidifica em torres de igrejas, sótãos de casa e ocos de árvores. Machos e fêmeas são muito parecidos, porém o macho pode ter o ventre branco enquanto a fêmea pode apresentar o peito mais manchado (creme a marrom-claro). Uma característica inconfundível da espécie é o formato do disco facial; forma de coração de cor branca com bordas marrom-ferrugem. Sua principal fonte de alimentação são os roedores e os invertebrados, e chega a caçar morcegos com menos frequência, assim como pequenos marsupiais, anfíbios, répteis e aves. Estudos mostraram que no estômago ocorre a separação dos pelos, ossos e outras partes não digeríveis, as quais formam pelotas, que posteriormente serão regurgitadas durante seu período menos ativo. Como boa coruja, a Suindara apresenta excelente visão noturna, sendo capaz de identificar presas mesmo em total escuridão. Mesmo ao som de pequenos ruídos, a sua excelente audição a ajuda a identificar suas presas escondidas na vegetação. Uma importante adaptação diz respeito às suas penas, que são macias e serrilhadas, permitindo um voo silencioso. Ela é uma excelente caçadora! Data: 02/03/21

  • Levantamento de Fauna

    Luísa Genes, doutoranda da Universidade de Stanford, nos EUA, juntamente com Ângelo Correia (Esalq/USP), especialista na identificação de plantas, sementes e frutos da Mata Atlântica, estudam a dieta das antas em apoio ao programa local de reintrodução para esta espécie liderada pela Refauna. Desde que as antas foram soltas na REGUA, esses pesquisadores têm nos ajudado a entender mais sobre a dieta das antas durante a transição para sua nova vida na reserva. Hoje eles caminharam pela floresta com o guarda florestal da REGUA, Rildo, documentando as sementes e frutos presentes nas matas da REGUA e cruzando estes dados com a análise do conteúdo de amostras fecais da dieta das antas locais. Um objetivo principal é verificar em que consiste a dieta das antas liberadas e se ela muda ao longo das estações.

  • Antes e Depois

    Como parte da estratégia de compra de terras da REGUA para conservação da bacia hidrográfica do Guapiaçu, a área do “km 12” foi adquirida em 2021 com o generoso apoio da Boden Company. Sete hectares de terras degradadas foram restaurados (com mais de 100 espécies diferentes de Mata Atlântica cultivadas no viveiro da REGUA) por meio do Projeto Guapiaçu. A iniciativa de restauração do Km 12 da REGUA foi incluída na campanha nacional “Bosques da Memória” que consistiu no plantio de árvores nativas em memória dos perdidos pela Covid-19 e em agradecimento aos profissionais de saúde da linha de frente que trabalham no Brasil. Uma floresta jovem, saudável e vibrante se está desenvolvendo para a posteridade sob a supervisão da REGUA .

  • Reintrodução de Antas

    Na última sexta-feira, 20 de janeiro, três novos filhotes de anta chegaram à REGUA vindos de dois zoológicos diferentes do Estado de São Paulo! Não poderíamos estar mais felizes com a chegada deles! O programa de reintrodução de antas começou em 2017, liderado pelo grupo Refauna, e já são 6 filhotes de anta nascidos na natureza, aqui na Reserva! Este programa tem sido muito bem sucedido graças ao apoio de várias organizações parceiras como Asa Socioambiental, Projeto Guapiaçu, Bio Parque Rio, Zoo Rio Preto e Parque Ecológico São Carlos. Viva as antas!

  • Parceria - Mitsubishi patrocinará ações de educação socioambiental na REGUA a partir de 2024

    No dia 02/08 oficializamos a parceria da REGUA com a Mitsubishi Corporation (MC), que patrocinará ações de educação socioambiental a partir de 2024. O evento contou com a presença do Sr. Yoshiteru Kawai, Diretor Vice-Presidente Executivo da Mitsubishi Corporation do Brasil S.A. (MCB) e Gerente Geral da Filial do Rio da MCB, do Sr. Atsushi Sakurai, Diretor Gerente do Departamento de Coordenação da MCB e da Sra. Saori Matsubara, Gerente do Departamento de Coordenação da MCB. Membros da comunidade japonesa do Kaikan (clube) de Papucaia também estiveram presente, entre eles, o Sr. Suketoshi Beppu, Sr. Hideo Ochi, Sr. Hideo Yamawaki e a Sra. Vivian Nakayama, que enriqueceram o encontro apresentando a história desta colônia na região. Representantes do governo municipal, também marcaram presença. Estiveram presente a Vice-prefeita Patrícia Coelho, o Secretário de Governo Fábio Luciano, o Secretário de Educação Osório Luiz, o Secretário de Meio Ambiente Loir Gonçalves e o Vereador Lucas Stutz, para assinar junto à Secretaria de Educação, o termo de cooperação técnica. Os Jovens-Guardas também apresentaram uma exposição de artes manuais com papietagem e papel machê para os convidados. A REGUA está feliz com a oportunidade e torcendo para que venham muitos frutos.

  • O Bacurau Comum

    O bacurau-comum ( Nyctidromus albicollis ) é de fato uma das aves noturnas mais comuns que ouvimos quando caminhamos por nossos caminhos à noite. Rubis de luz refletem os faróis do nosso carro avisando que ele está no caminho logo à nossa frente. O chamado característico do Bacurau é distinto, assim como seu voo circular para pousar. No entanto, para onde ele vai durante o dia? O Bacurau Comum é muito bem camuflado no folhedo da floresta. Ocasionalmente, temos a oportunidade de ver um par de ovos ovais brancos fantasmagóricos em miniatura no chão da floresta sem evidência de um ninho. Que pássaro interessante e enigmático, não é verdade!

  • II Encontro Científico da REGUA

    O II Encontro Científico da REGUA foi apresentado de maneira virtual dos dias 21 a 23 de julho de 2021. Os assuntos foram divididos em Fauna, Flora, Monitoramento e Planejamento Ambiental, Restauração Ecológica e Saúde e Meio Ambiente. Foram convidados a participar os pesquisadores que estão realizando seus trabalhos aqui na REGUA, assim como pesquisadores que já terminaram suas pesquisas, além de pesquisadores e palestrantes relacionados aos órgãos ambientais e membros de outros projetos apoiados pelo programa Petrobrás Socioambiental, que fazem parte da REDAGUA – Rede de Conservação pelas Águas da Guanabara. O evento foi um desafio para todos, especialmente porque tudo foi feito de maneira remota e transmitido ao vivo pelo canal do Youtube do Projeto Guapiaçu. Mesmo assim, tivemos muita interação através do chat (caixa de diálogo no canal Youtube) durante as apresentações. Além dos palestrantes do dia, 35 vídeos de demais pesquisadores foram disponibilizados neste canal (https://www.youtube.com/c/ProjetoGuapia%C3%A7u/playlists). Tivemos a contribuição de muitos trabalhos interessantes! Um deles diz respeito ao estudo de alternância do estado dos nossos wetlands, que têm apresentado águas mais turbas devido à presença de algas do tipo Euglena sanguinia, que podem produzir um tipo de toxina prejudicial aos peixes. Essa alga também impacta o desenvolvimento de uma macrófita submersa, a Egeria densa que tem um papel importante no equilíbrio dos ambientes aquáticos, pois além de produzir oxigênio – que é liberado na água, serve de alimento para muitas espécies de peixes, aves e mamíferos. Além disso, funciona como abrigo para microrganismos planctônicos – micro-crustáceos e alguns tipos de moluscos. Um outro trabalho bacana nos mostra a constância ao longo de 10 anos de pesquisa sobre as diversidade de quirópteros (morcegos) presentes na REGUA. No bioma Mata Atlântica existem 78 espécies de morcegos e na REGUA já se somam 43 espécies. Em geral, os morcegos contam com uma eco localização bastante apurada, que os fazem perceber as redes de neblina com muita facilidade. Já os morcegos insetívoros, contam com uma sensibilidade ainda maior, tornando-os mais difíceis de serem capturados, e por isso, os esforços de inventário devem continuar. Outra iniciativa interessante é o Biocenas – Núcleo de Fotografia Científica Ambiental –, que vem coletando imagens dinâmicas e estáticas na REGUA desde 2010, com o objetivo de utilizar a percepção visual como forma de aproximar o homem com o meio que o cerca. O acervo conta com 4.500 imagens e este material tem sido identificado e disponibilizado para fins de educação e pesquisa, além da compreensão da biodiversidade local. Recentemente foi publicado o Guia de Campo da Biodiversidade da Fauna na Reserva Ecológica de Guapiaçu. Temos outras diversas contribuições que serão apresentadas regularmente através das nossas mídias sociais, que confirmam a importância da REGUA em estar incentivando a pesquisa na região. Agradecemos à Equipe do Projeto Guapiaçu por ter organizado este incrível Encontro Científico e espero que todos tenham aproveitado este pequeno espaço de conhecimento. Data: 12/08/21

  • Ithomiini: as borboletas da Mata Atlântica gulosas por plantas toxicas

    O mimetismo é um fenômeno muito estendido na Natureza, onde algumas espécies imitam os padrões morfológicos e cromáticos de outras, se beneficiando de alguma forma de proteção em virtude dessa semelhança com o modelo. Habitualmente, este possui alguma característica física ou bioquímica que o torna detestável aos predadores. No caso das borboletas, geralmente trata-se da presença de substâncias tóxicas (habitualmente alcalóides) e/ou impalatáveis no organismo dos modelos. Nas Américas existe uma tribo endêmica da subfamília Danainae de Nymphalidae: as borboletas Ithomiini, cerca de 350 espécies – muitas delas apelidadas popularmente de ‘vidrinhos’ devido a transparência de grande parte da superfície das asas – onde a maioria participa de anéis miméticos entre si e com outros lepidópteros, incluindo a subfamília Heliconiinae e algumas mariposas diurnas. Na maioria dos casos. os compostos químicos envolvidos das borboletas tóxicas de “gosto ruim” (impalatáveis) são incorporados no estágio de larva a partir das plantas onde se alimentam. No caso dos ‘vidrinhos’ as plantas usadas pelas larvas são Apocynaceae em parte (uma fonte compartilhada com a tribo Danaiini) mas a maioria se alimenta de Solanaceae, família botânica onde se incluem legumes populares como tomates, batatas, berinjela e jiló. No entanto, bastantes espécies sequestram esses compostos alcalóides já na fase adulta; especialmente os machos sugam alcalóides das flores e raízes de arbustos, lianas ou arvoretas da familia Asteraceae ou folhas secas em decomposição de Boraginaceae. Por ocasião do recorrido efetuado em um dos transectos para monitoramento de borboletas (trecho da Trilha Amarela) recentemente roçado para manutenção, pude observar ao longo de uma semana como grupos de várias espécies de ‘vidrinhos’ se congregavam sobre raízes de um arbusto Eupatorium (Asteraceae) – especialmente no início da manhã e a tardinha – tal como exemplificado na foto. As espécies observadas sequestrando alcalóides dessas raízes expostas foram as seguintes: Episcada striposis , Episcada sylvo , Hypothiris ninonia daeta , Hypothiris euclea lapria , Ithomia agnosia zikani , Ithomia drymo e Pseudoscada erruca. Data: 17/08/21

  • Mudanças taxonômicas nos Sphingidae brasileiros

    Em 2011, a REGUA publicou seu primeiro guia de de campo, Guia dos Sphingidae da Serrados Órgãos, Sudeste do Brasil , que descreveu e ilustrou as 110 espécies que podem ser encontradas nessa área. No entanto, desde então, ocorreram uma série de mudanças taxonômicas abordadas e compiladas num artigo abrangente recentemente publicado no European Entomologist (Vol 11, No 3 + 4) por J. Haxaire e C. G. Mielke que fornece a lista mais recente de todas as espécies que ocorrem no Brasil, mas introduzindo também várias espécies novas. Todas essas espécies foram atualizadas no site Hawkmoths of Brazil , mas de particular interesse para a área da REGUA são: Uma nova espécie Protambulyx pearsoni foi separada de P. sulphurea e a substitui na Serra dos Órgãos. Uma nova espécie, Manduca exiguus , foi separada de M. contracta e foi registrada para o Estado do Rio de Janeiro, mas que se saiba ainda não encontrada na Serra dos Órgãos. Manduca paphus é agora reconhecida como uma espécie distinta e foi separada de M. sexta. Nyceryx nephus foi elevado ao status de espécie com base em um único espécime coletado em Cachoeiras de Macacu. Isognathus brasiliensis foi separado de I. swainsonii e o substitui na Serra dos Órgãos e sudeste do Brasil. Eumorpha orientis é agora reconhecida como uma espécie distinta, tendo sido separada de E. obliquus . Xylophanes reussi foi separado de X. marginalis , mas ambos parecem compartilhar a mesma distribuição geral. Uma nova espécie Xylophanes crenulata foi separada de X. ceratomioides . Acredita-se que apenas X. crenulata ocorra na Serra dos Órgãos. Duas novas espécies Xylophanes alineae e X. soaresi foram separadas de X. porcus continentalis, sendo ambos encontrados na Serra dos Órgãos. Aparentemente, é provável que Errinyis ello se dividida também em duas espécies distintas: o tipo que se alimenta principalmente de mandioca chegando a ser praga desta cultura e o tipo que vive na floresta, e todo o complexo grupo do genero Nycerx também está sob análise. Data: 26/11/21

  • Um feliz 2022 a todos!

    Retrospectiva do nosso ano de atividades! Foi desafiador para todos, mas chegamos até aqui agradecidos por todas as oportunidades e experiências vividas. Que o ano 2022 comece sorrindo para todos nós! Agradecemos a todos os que apoiam e desejam ver a REGUA seguir em frente! Data: 31/12/21

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