top of page

Ithomiini: as borboletas da Mata Atlântica gulosas por plantas toxicas

O mimetismo é um fenômeno muito estendido na Natureza, onde algumas espécies imitam os padrões morfológicos e cromáticos de outras, se beneficiando de alguma forma de proteção em virtude dessa semelhança com o modelo. Habitualmente, este possui alguma característica física ou bioquímica que o torna detestável aos predadores. No caso das borboletas, geralmente trata-se da presença de substâncias tóxicas (habitualmente alcalóides) e/ou impalatáveis no organismo dos modelos.


Nas Américas existe uma tribo endêmica da subfamília Danainae de Nymphalidae: as borboletas Ithomiini, cerca de 350 espécies – muitas delas apelidadas popularmente de ‘vidrinhos’ devido a transparência de grande parte da superfície das asas – onde a maioria participa de anéis miméticos entre si e com outros lepidópteros, incluindo a subfamília Heliconiinae e algumas mariposas diurnas.


Na maioria dos casos. os compostos químicos envolvidos das borboletas tóxicas de “gosto ruim” (impalatáveis) são incorporados no estágio de larva a partir das plantas onde se alimentam. No caso dos ‘vidrinhos’ as plantas usadas pelas larvas são Apocynaceae em parte (uma fonte compartilhada com a tribo Danaiini) mas a maioria se alimenta de Solanaceae, família botânica onde se incluem legumes populares como tomates, batatas, berinjela e jiló.


No entanto, bastantes espécies sequestram esses compostos alcalóides já na fase adulta; especialmente os machos sugam alcalóides das flores e raízes de arbustos, lianas ou arvoretas da familia Asteraceae ou folhas secas em decomposição de Boraginaceae.


Por ocasião do recorrido efetuado em um dos transectos para monitoramento de borboletas (trecho da Trilha Amarela) recentemente roçado para manutenção, pude observar ao longo de uma semana como grupos de várias espécies de ‘vidrinhos’ se congregavam sobre raízes de um arbusto Eupatorium (Asteraceae) – especialmente no início da manhã e a tardinha – tal como exemplificado na foto. As espécies observadas sequestrando alcalóides dessas raízes expostas foram as seguintes: Episcada striposis, Episcada sylvo, Hypothiris ninonia daeta, Hypothiris euclea lapria, Ithomia agnosia zikani, Ithomia drymo e Pseudoscada erruca.




Comments


1_edited_edited.png
  • Facebook
  • Instagram
  • Whatsapp

Reserva Ecológica de Guapiaçu 
End.: Faz. São José do Guapiaçu, s/nº,

Guapiaçu - Cachoeiras de Macacu/RJ

CEP: 28.680-000
Tel.: +55 21 98660-0011
e-mail: contato@regua.org.br

SEGURANÇA

Ambiente 100% Seguro.
Sua Informação é Protegida Pela Criptografia SSL 256-Bit.

politof base 2022 branca.png

site desenvolvido por

© Reserva Ecológica de Guapiaçu - Todos os direitos reservados - 2024
bottom of page